terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os países consumidores de petróleo têm reservas de emergência



David Fyfe, da Agência Internacional de Energia, disse hoje que Os países consumidores de petróleo têm à disposição reservas de emergência para estabilizar os mercados, caso a violência na Líbia e no Médio Oriente dificulte o abastecimento

David Fyfe, que lidera o departamento do setor petrolífero e mercados da AIE, disse que os 28 países membros da organização, sobretudo consumidores como os Estados Unidos, Japão, Reino Unido e Alemanha, têm reservas de 1,6 mil milhões de barris - o equivalente a quatro milhões de barris de petróleo por dia nos próximos 12 meses - que podem colocar no mercado, se necessário.

"É uma opção de último recurso, mas vale a pena relembrar que existe e que foi utilizada no passado, quando houve interrupções de fornecimento (...) É uma espécie de seguro para o mercado. Em nossa opinião, não é algo que deva ser utilizado para fazer gestão de preços", afirmou Fyfe, em Londres, na Semana Internacional do Petróleo, um dos eventos mais importantes do ano no setor.

A AIE só utilizou duas vezes as reservas dos países, para estabilizar os mercados durante a primeira Guerra do Golfo, em 1991, e depois do Furacão Katrina ter atingido o Golfo do México, em 2005.

Os preços do petróleo aumentaram hoje com a escalada de violência na Líbia, nos protestos contra o regime de Muammar Kadhafi, cujo filho ameaçou, no domingo, que os manifestantes arriscam dar origem a uma guerra civil que "vai queimar" a indústria e a riqueza petrolífera da Líbia.

A Líbia exporta cerca de mil milhões de barris de crude por dia, mas mais preocupante para os mercados é a possibilidade dos protestos se espalharem para à Arábia Saudita e ao Kuwait. Fyfe considerou que a situação no Médio Oriente é de "verdadeira preocupação", lembrando que a região representa 60 por cento de todo o petróleo no mundo e 40 por cento da totalidade do gás natural.


in DN 21 Fev 2011

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